terça-feira, 29 de maio de 2012

Forma // Antes e Depois

 Le Corbusier before him who declared: "Our own epoch is determining, day by day, its own style." 

(...) It would have been completely foreign to a medieval or Renaissance church architect to talk this way. Not only because most of them believed they were expressing their Christian faith by means of their craft, but also because they saw themselves as part of an artistic tradition — one whose standards they had to live up to. Far from looking back on the past with scorn and disdain as something passé ("architecture," insisted Le Corbusier, "is stifled by custom"), medieval and Renaissance architects looked upon the tradition of which they were a part with a sense of both pride and humility as something to be emulated and imitated. [1]

Os tempos mudam, e com eles evolui também a Arquitectura marcando aquilo pode ser denominado como uma espécie de "estilo" da época reflectindo a estética e preocupações actuais mas ao mesmo tempo com a preocupação de se imiscuir o melhor possível no meio que a rodeia, que está frequentemente recheado de edifícios de outras alturas e de factores a ser tidos em conta. A transição tem então de ser suave e fazer algum sentido.

Tudo deve ter um propósito, mas há sempre os faux-pas desta profissão, pessoas com mais ego do que preocupações ambientais, sociais e éticas, preocupadas em construir ícones sem terem todo o trabalho crucial de pesquisa que envolve qualquer projecto.

Os espaços de culto, como a maioria dos edifícios, também necessitam de evoluir com o tempo. Mas este é um tipo de construção peculiar na medida em que se desconhece, na maior parte das vezes, as formas modernas que ele está a tomar, restando ainda a imagem antiga.

Depois de alguma observação pude constatar que muitas das igrejas que se considera terem feito correctamente essa transição do tradicional para o moderno assentam o seu aspecto em formas mais orgânicas e em princípios mais simples e genuínos: há pureza, há neutralidade, e não se perde nada, muito pelo contrário, muitos destes trabalhos são obras de engenho geniais que conseguem tirar proveito da Natureza de forma inteligente e minimamente económica.

A forma orgânica acaba por ser bastante representativa daquilo que se considera ser espiritual, a luz é um factor importante em muitos cultos, seja sob a forma de uma chama, da luminosidade parcial das lâmpadas colocadas em sítios estratégicos ou da incisão do Sol em aberturas e superfícies transparentes, proporcionando jogos de reflexos ou cores (vitrais).

Quando mais se assemelharem à Natureza (na medida do possível) mais relaxantes e aprazíveis nos parecem ser, é um pouco como a biomímica das emoções que nos são suscitadas pelo meio ambiente. A paz que sentimos no meio de uma floresta, a ver o pôr do sol ou perto da água é algo que cada vez mais nos falta no meio da cidade e que tentamos reproduzir através da criação destes espaços.

Neste sentido, a modernidade está também a trazer uma coisa interessante: formas menos simbólicas e restritas. A sumptuosidade que parecia dizer "isto pertence à religião cristã" torna-se de certa maneira mais convidativa, incitando não apenas à oração mas sim à instrospecção e à meditação, algo religiosamente neutro, qualquer um se pode identificar com estas acções como também não será ofensivo se se identificarem com uma forma que não grite uma identidade específica.

Ofensivo é, de facto, quando essas formas são ignoradas por completo a favor de uma estética individualista do próprio arquitecto, não reflectindo nada em concreto e deixando muitos religiosos desorientados e insatisfeitos por verem os seus locais de escape serem transformados, com auxilio das suas doações monetárias, num show off egoísta pela parte de quem pensou o projecto.

É este o caso da Igreja Caravela, que pretende ser marcante sem saber muito bem porquê, transformar-se num ícone descurando os seus frequentadores, desprezando os fins sociais de união e pertença, favorecendo em vez disso promessas de uma possível fama nacional e internacional e protagonismo para o seu autor. O grande problema aqui é estes serem valores contrários àqueles defendidos pela religião, como poderão as pessoas sentir-se confortáveis dentro de um mamarracho que se tenta vender aos olhos dos outros, não passando de um invólucro vazio para algo tão delicado?

With modernist "functionalism," however, we are often left with church buildings that make few, if any, references to the iconic heritage or architectural traditions of the Catholic Church. How exactly, then, are the common, working people of the parish supposed to recognize and understand their own building when it is not speaking their own language of form?

And for those elite few who do understand the "meaning" of the building, what can they say to the pious, hardworking churchgoers whose tithes have gone to pay for the building? That it was the goal of modernists to sweep away all the traditions of the past in order to make way for an architecture that would not only "represent," but in fact help to create, the new industrial, technological man of the future?

How would the non-elite, working-class Catholics for whom most of these churches are built reconcile all this — the elitism, the rejection of tradition and authority, the revision of values — with their faith in a Church based on centuries of tradition and authority? Was the new "technological man" of the modernist architects the sort of human person their Church was trying to inspire them to become? How, in other words, do you function in a building where the philosophy of the designers involves rejecting everything you hold dear? [2]

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[1] RANDALL, Smith - Don't Blame Vatican II: Modernism and Modern Catholic Church Architecture in Sacred Architecture, Issue 13, 2007.
[2]  
RANDALL, Smith - Don't Blame Vatican II: Modernism and Modern Catholic Church Architecture in Sacred Architecture, Issue 13, 2007.

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